Dentro de um dia de esperas, levantei-me. Cedo, como de hábito.
Corri os olhos pela minha vida, que se mostrava ainda abatida, dentro de minhas pálpebras, que demoravam para abrir.
Fui pelas ruas, sentindo a madrugada, que dava adeus, deixando seu frio e reflexão em mim.
Olhei as casas que dormiam, as árvores que deixavam o vento balançar-lhes e senti-me ainda um ser estranho àquela cena de amanhecer.
Vi as pessoas que passavam por mim, muitas vidas, em quem vi refletidas o que observo em mim mesmo.
Todos iam, alguns com pisadas mais firmes, outros ainda reticentes, como eu mesmo parecia me sentir.
No trabalho, meu mau humor de segunda-feira levou a uma música que pareceu acordar-me.
Deixei finalmente toda a beleza do começar do dia que compartilhei e pude sorrir uma semana de esperas.
Se o amanhã não fosse tão distante (Geraldo Azevedo):