quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Eu sonho muito mais

Pra que me sentar?
Ler?
Entender?
Eu sonho muito mais.

Pra que tentar?
Escrever?
Conseguir?
Eu sonho muito mais.

Vida que me fez parar.
Eu fiz.
Da vida e de mim, as causas.
Pra que sonhar?

Eu sonho muito mais,
Sentar, ler, entender.
Tentar, escrever, conseguir.
Eu posso, parado o sonho.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Pro pequeno Rick

Um dia ele chegou e o vi entrando em minha casa. Até então, só minha casa.

Entrava loiro, pequenino e de olhos azuis. Acabei por sentir-me de lado.

Mudamos e fomos ver o tempo passar na capital.

Foram tempos em que cobrava o amor só pra mim e deixei-me levar por lugares de sombra.

Vieram os anos e vi-lhe crescer. Ainda que o amasse e protegesse, ainda havia nuvens que entorpeciam-me.

Mais chuvas e trovoadas, mas nossa união fez fazer sol em minha vida.

Depois. Sim, o depois.

Construímos juntos um pedaço de nossa casa ao som de Serafim e seus filhos e fomos, enfim, amigos.

Mais tempo, mais coisas feitas juntos.

Até que um dia tivemos de levar nosso grande amor, la pícola madre, pra se tratar. Éramos, de novo, eu e ele.

Não mais deixei turvar meu espírito.

Vimos todos aqueles dias ruins, mas sempre estivemos lá, juntos.

E ela se foi. Mas, como que por sua força, ficamos cada vez mais próximos.

Um dia, convidado que fui, vi a chegada de sua pequena Sabedoria e pude, finalmente, abraçá-lo, ainda que o fizesse na figura de sua pequena Maria.

Resgatei aquele dia tão longe, em que chegava ele nesse mundo e ficamos juntos. Ele, pequenino, e eu, grandão, a vê-los. E, sorriso no rosto, chorei entre abraços e alegrias.

Agora, na ausência, meu pequeno Rick, vejo-o próximo em cada passo que dou. Abraço meu loirinho e vemos juntos os sóis e mundos que se nos apresentem.

Espero ser pra você, o exemplo que se tornou pra mim.

Admiração e, sem dúvida, orgulho por sua altivez e coragem fazem de mim mais um que gosta daquele pequeno menino que cresceu.

Mais uma história. Esta, pro meu little brother, Rick.






segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Tento

Aqui, agora, neste instante, em que meus olhos nos veem, minha alegria parece longe.

Reporto-me a vários lugares conhecidos e próximos, mas há parte de mim que vai mais longe, mais perto de toda a verdade. Não duvido de minhas memórias ou de meus sonhos, só deste lugar sóbrio e só, e muito mais lúcido.

E, assim, vou até todos meus sentimentos, afundo-me nesta vontade inesgotável de explicar-me. Se há algo dentro que possa salvar-me vou atrás e vejo, sinto e tento, por mais parado que esteja. Calculo-me, como já o fiz tantas vezes, mas só pra efeito de repetir, não mais de render-me.

Seus olhos, como os meus, não viajam mais tão perdido, mas absorto, na busca. E, enquanto não acho, vou-me, enuveado e certo. Sou parte de todos nós que se sentem tão diferentes dos demais. Sou o arqueiro que busca seus próprios alvos.

Não sorrio de novo, contudo sinto-me já tão mais resignado. Enquanto o sono não vem, durmo em mim esta vontade. Amanhã procuro de novo. E mais uma vez, e sempre. Vamos, que há muito mais por escrever. Tocaremos o que procuramos, juntos.

Minha casa e meus sonhos

 Hoje olhei pras paredes de minha casa. Pensei na melhora, gostei do que fiz. Fiz da parede meu retrato e da lembrança minha busca. Sorri ao...