quinta-feira, 30 de junho de 2011

Sobre respostas e conversas à noite

Todo mundo tem dúvidas. Todo o mundo, talvez....

Já há algum tempo que venho querendo escrever sobre uma postura ética de vida, sobre essa nossa forma de viver, etc.

Bem, em um mundo tão cheio de gente dizendo sobre o que é ter uma vida digna, sobre como se chega à felicidade, em um mundo em que se carrega desejos que não se sabe serem seus ou de outrem, em que buscamos muitas coisas que talvez nem a queiramos, é preciso buscar a raiz de nossos sentimentos e prazeres. É preciso ver o essencial pra chegarmos à algumas coclusões.

Sempre compartilhei de uma máxima liberal: Sua liberdade termina onde começa a de outrem. Pra mim, essa idéia deve ser expandida para que se chegue a um padrão ético de comportamento, ou seja: ser ético é não invadir a órbita alheia. Ora, mas isso se resolve em padrões religiosos, místicos, filosóficos? Pra mim, não. Ser ético significa não levar sofrimento a si ou a outrem. Padrões não importam em tal realização.

Mas o que é sofrimento? Se pensarmos em difententes países, essa idéia certamente não poderá ser compartilhada. Assim, pra que se chegue a uma visão mais certa, talvez pudéssemos dizer que ser ético seja respeitar a dignidade da pessoa humana. 

Este princípio sim, independente da religião, situação social, cultura, escolarização, encerram no sujeito uma forma de ser que permitirá uma vida mais próxima de nossos ideais de prazer e felicidade. 

Respeitar a nossa própria dignidade e a dos outros significa, em última análise, que o ser humano, espécie de sucesso neste planeta, poderá sustentar sua existência por muito mais tempo que podemos imaginar hoje. Poderemos, quem sabe, dessa maneira, ter bilhões de pessoas em situação emocional de menos tensão, mais vida.

Mas não se engane, ética não é a do outro mas a sua. Não chegaremos a lugar algum sem mudanças próprias. "É preciso ter foça, é preciso ter garra, é preciso ter fé na vida"!

Acho que essa é a única resposta que começo a visualizar, mas me responda você, o que é essencial nesta vida?

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Vai cavaleiro



Acorda. Põe os grãos no moedor. Faz o café. Toma a boa manhã. Abre as últimas janelas pro sol te cumprimentar. Vai ao terreiro. Espia a bica chegar na horta. Passa pelo curral, vê o leite saindo e depois, em casa, chegar no queijo. Belisca mais um pão e entra na manga.

Fecha o colchete, margeia a estradinha cavaleira. Rastro de bicho na frente. Olha-o lá no fundo. Lança o cabresto, controla o animal. Vai ao curral. Calça as botas, veste a calça, blusa fica aberta no peito, chapéu debaixo do sol.

Ajeita o estribo no pé, puxa a rédia, controla o bruto. Sente o vento passar por debaixo do chapéu. Trote controlado, passo aprumado, corrida no vento. Ensaio de uma vida mais simples: a doma, a monta, a diversão.

Agora, desce. Amarra o cavalo na árvore. Aproveita e nada. Dorso na água, flutua, pensa e vive. Deixa o sol te secar, veste a roupa, dá outra passada sobre o lombo, vai em direção a mais: passadas em serras, água e pedra, a dureza de uma vida mais forte.

Cavalo e cavaleiro levam a todos, não deixam ninguém.  E lá se vão, terra pisada, mato fechado,, desvio de vida.

Na volta, desce do bicho, ajeita a sela na madeira, depois leva-o pra molhar. Refresca o pelo, que sua vida já ficou mais leve.

Vai cavaleiro, entra em casa, se encaminha pro panhador d'água. Molha teu corpo, passa o sabão, enxerga teu rosta naquelas águas. Vê a correnteza, brinca de guerra, faz as pazes. Sai do teu leito, sobe, enxuga e coloca o chinelo. Troca palavras, bisca na noite. Vê teus iguais em vida.

Vai cavaleiro, sobe a serra, olha pra baixo, contempla teu mundo. Vê os meandros de teus rios, vê as palhoças, lembra do velho. Pede a benção da mãe, acalenta teu coração.

Entra no carro, respira eucalíptos, pega o asfalto, volta à cidade. Enfrenta a BR que a capital se aproxima. Vai cavaleiro, que as montas na metrópole te esperam. Sobe no bruto, dirige a estrada. Vai cavaleiro.

Minha casa e meus sonhos

 Hoje olhei pras paredes de minha casa. Pensei na melhora, gostei do que fiz. Fiz da parede meu retrato e da lembrança minha busca. Sorri ao...