sexta-feira, 12 de junho de 2020

Viagem

Ontem viajei de Itacambira a Macaúbas, ia na C10 de meu pai, de manhã, vento solto a rir na nossa cara.

Lembro que minhas irmãs cantavam 14 bis e outras cantigas, algo como escutar Roupa Nova.

Ou Caetano, mas não me lembro, escrevendo, assim, de sola.

Íamos a mil, pai fundava o pé no carro, sem parecer perceber que estávamos todos ali, e girava o pneu, fundado na roda.

Lembro da subida da serra,                       

de                 a  c  a  l  m  a  r               e            v  e  r             a                      c  h  a  p  a  d  a

já fora da área urbana de minha cidade menino,
         
(Escrevendo aqui meio fora de hora)

Que alegria do vento que vem até mim,                                                                                   

agora...

Agarro-o e sinto como se tudo fosse possível. Nossa caminhonete vai à toda sobre qualquer área e parecíamos ir também. Juntos, juntos. Juntos. juntos....

Naquelas curvas de tempos passados, onde o verde de todos nós se confundia com a paisagem, sentia-me único e, talvez, vocês me compreendam,  (Vai repetir a rima, mas fazer o quê? Tem de ser) agora:

era só eu, menino,

quem ia naquela estrada,

naquele veículo,

naquele caminho.

Talvez desolado por saber-me não só, criei um tanto de gente que repliquei como sendo meus, vida afora.

Eu              ia           s o z i n h o ,                                     

Explicar isso talvez só piore. Mas sou eu, aqui, neste momento,  de  novo (agora).


Não sei como se deram os caminhos por onde andei,

o que me cerra os punhos ou me dá abraços por aí que me toca.


Não sei como posso dizer a vocês sem perder algo que me forma.

Mas, todos os dias, lembro daquela cena, do meu pai, de mãe na frente, de vocês, de mim

e do ventinho lá fora.


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