quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Pro menino

Eu fui um menino.
De sorriso doce, fácil.
De grande rancor,
De esperança, sempre.

Eu sou um menino.
Respeitado, mas que cresce.
Amado, mas que força.
Castigado, mas que aprende.

Eu quero o menino.
De emoções, de alma profunda.
De ações, de força contínua.
De dor, de avanço na vida.

Eu tenho um menino.
Que em mim se mistura,
Age, cobra e ama.
Pra esse menino,
Todos os sonhos e realizações dessa vida.


quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Rodrigo, que desce as montanhas

Desci as montanhas de minha vida e vi as pedras que comigo tombavam, enquanto caminhava.

Passei pelos pés-de-fruta que me compunham e enxerguei minhas três facetas, que se falam:

- Não sou tão forte.
- Não sou tão menino.
- Não sou tão lúcido.

Somos apenas nós que descem juntos, à procura.

Nós nos amamos, nos perdoamos, somos gratos. Por tudo.

Desejamos a paz, além de todo entendimento.

E, assim, a grama verde tocou meus pés e pude ver minha casa, que precisava de nós.

E nos perdoamos mais uma vez, e pedimos perdão a ela e dissemos que somos muito gratos por tudo e que o amor nos reúne.

E, agora, posso dizer, sem mais conflitos, te amo, por favor me perdôe, sinto muito, sou muito grato.

Nos lagos da fluidez deste entendimento, nadamos juntos e fomos apenas um.

Que sentiu tudo, que foi inteiro, que  agrdeceu á ajuda terapêutica, e pôde ter coragem.

Agora, abraço os meus, sou mais um só e posso beber goles d'água, que tanto me refrescam.

Montei em meu corcel de motor,  e músculos e óleo me viram, agradeci novamente e fui em frente.

Nessa parte da jornada, em que desço percebendo o novo, vou além de mim mesmo.

Converso com Deus e me sinto vivo. Com todos meus semelhantes, com minha vida, com minhas escolhas.

Mas ainda assim, a caminhada é longa e a amo por isso, peço desculpas a ela, e sou todo gratidão.

Talvez se os velhos estivessem aqui, poderia lhes dizer o mesmo, mas só o pensamento pode tocá-los.

E, em pensamento, amo, perdôo e agradeço.

Minha vida, meus objetos, meus erros, minhas desilusões, amos vocês, perdoem-me, e vejam minha gratidão.




sábado, 18 de agosto de 2012

Meus jogos

Risca-me agudamente a garganta um nó inexplicável. Sinto amargar os sentimentos e enuveada a cabeça, que lateja, pensativa.

Tremo enquanto o grafite risca palavras que tentam explicar-me e deixar que esta enchente em mim passe.

Correntezas de angústias frias e contidas tocam minhas correntes vermelhas, que, azuis, veem o jogo passar e meu nervosismo aumentar.

O jogo, que representa meus próprios erros, não passa e me vejo parado e preso em um corpo que se agita.

A cada lance, minha vontade de recompor-me, tocar a bola e bailar um gol em minhas expectativas. A cada drible, a vontade da realização e do estufar de todas as redes que me formaram.

Às defesas, alinho-me e espero camaradas que marquem comigo todos os ataques que, falsa, ou certamente, sinto.

Iniciam os celestes nova jogada e risca-me a linha do gol, enquanto deixo que a emoção do confronto leve-me longe daqui.

Suspiro o fim do 1º tempo, mas não me dá nem 15 minutos o aperto em minhas pernas, que descansam.

Aquieto-me e pulo dentro de minhas emoções. O cigarro alivia, mas faz-me sentir mais ainda o forte sabor, além do tabaco.

É assim que volto a este velho e conhecido lugar, que tantas vezes me fez compainha, quando, só, o vivencio.

Sinto que o time vai e, titubeando, vai ainda mais. Imagino o respirar final, vitorioso. Deles, e meu.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Novamente, de novo, again, una vez más...


Entro em casa em vejo perdido dentro daquelas repetições tão conhecidas, mas já tão insuportáveis.

Abro meu quarto e vejo-me, mais uma de tantas inúmeras vezes, preso naquelas paredes dentro de mim mesmo.

Não olho mais nada, só apago pra fora e rendo-me às desculpas, entrando naquele mundo donde só vou acordar no dia seguinte.

Um mal humor afugenta-me da ida a qualquer lugar e de outras pessoas. Leva-me cada vez mais pra dentro de mim mesmo e me aumenta a fome.

E mastigo. Como se não houvesse mais nada a fazer, além de apagar aquele imenso arder, que me dói e entristece.

Mais uma tarde noite de visualização entorpecida do mundo e de mim mesmo.

Enquanto isso, lá se vai mais uma tentativa e um dia

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

São todos príncipes

Descia pra Savassi, já a noitinha, olhando as pesoas que iam e viam, numa cidade cheia de um tanto de gente sozinha.

Passei pela Praça da Liberdade e aquele amontoado de cânticos chegou até mim. Muitas e muitas mulheres, meio exageradas é verdade, mas que davam seu recado.

Campanha política.

Junto à elas, de longe, bem protegido por alguns seguranças, jazia ainda vivo, um senhor candidato a vereador.

Olhei aquela cena. O sujeito, representante absoluto do povo brasileiro, desafiador das eleites e representante de todo trabalhar nacional, de braços cruzados, sendo terrivel e completamente adorado.

Lembrei do quanto, depois de eleitos, eles se sentam nas casas legislativas, com o todo o luxo possível, e nunca mais são nossos empregados.

Saí da praça, ainda vendo o representante absoluto do povo, cercado e distante.

Continuei indo e incessantemente me perguntei por que fazemos isso.

Damos a eles aquilo que é só e apenas nosso.

E subi a Cristóvao Colombo um pouco  mais triste.



quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Agora é Maria!

Ainda aos treze anos, lá estava eu no Aeroporto da Pampulha, na praça,a guardando a chegada do Lula.

Levava no peito o nome do candidato que escolhemos pra reverter a situação do poder neste país. Vimos chegar o Brizola, ainda à frente nas pesquisas, e depois o Lula.

Lulalá, nasce a esperança, Lulalá, de um Brasil criança, lulalá, vai valer a pena... E assim fui entrando na cena política, ainda cercada de mais sonho que realidade. O Collorido foi eleito.

Depois Ficando Henrique Nervoso, e mais uma derrota, que continuou na reeleição do tucano. mas estávamos ali, sempre, distribuindo santinhos, acreditando na possibilidade de melhora possível.

Depois, a vitória, o discurso na Afonso Pena, que assistimos pelo telão. Todos embevecidos com um governo popular, com um discurso afinado com a classe trabalhadora deste país.

Lembro-me de um debate com o Patrus, no antigo ICEX-UFMG, onde, ainda sem saber que se tratava de um Bocaiuvense, assim como eu do norte de Minas, vi alguém que queria mudar a cena Belorizontina.

Patrus foi eleito, acabou com o chiqueirinho dos ônibus (tão simbólico da governança de forma privada naquela época) e mudou a forma de governar uma cidade (OP, ligação com as lideranças populares, etc).

Mas é hora da mudança, é hora de apoioarmos a Maria e voltarmos a sonhar uma BH além do possível, é hora de uma campanha mais voltada pras mudanças que a máquina carente de oxigenação precisa.

Pela volta dos sonhos, de nos arrisar-nos mais, voto Maria, e você?

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Gostei de você...

Gostei de você.
Quando olhou e conseguiu me ver, ainda que eu não estivesse a vontade pra te mostrar.

Gostei de você.
Quando sorri e pude mostrar-me como sou, ainda que sempre escondesse algo.

Ainda margeamos rios de profundidades diferentes, de margens distantes, mas parecemos ir pelo mesmo percurso, onde pudemos, juntos, refrescar-nos em suas águas.

Vi você ainda distante, fui buscá-la e voltamos á noite, em nossos sonhos.
E gostei de você, que confiou em mim e mostrou-me a pouca luz que nos iluminou.

E por ai vou, deixando que meus sentidos vejam você a meu lado.
E ainda vamos percorrer muitos caminhos, banhar-nos em muitas águas, sentir muito do vento e sol que nos serão enviados.

Ainda há muito chão, muitas pedras, cachoeiras e todo o vento do mundo,  mas parece que buscamos juntos.

Gostei de você.

Minha casa e meus sonhos

 Hoje olhei pras paredes de minha casa. Pensei na melhora, gostei do que fiz. Fiz da parede meu retrato e da lembrança minha busca. Sorri ao...