Risca-me agudamente a garganta um nó inexplicável. Sinto amargar os sentimentos e enuveada a cabeça, que lateja, pensativa.
Tremo enquanto o grafite risca palavras que tentam explicar-me e deixar que esta enchente em mim passe.
Correntezas de angústias frias e contidas tocam minhas correntes vermelhas, que, azuis, veem o jogo passar e meu nervosismo aumentar.
O jogo, que representa meus próprios erros, não passa e me vejo parado e preso em um corpo que se agita.
A cada lance, minha vontade de recompor-me, tocar a bola e bailar um gol em minhas expectativas. A cada drible, a vontade da realização e do estufar de todas as redes que me formaram.
Às defesas, alinho-me e espero camaradas que marquem comigo todos os ataques que, falsa, ou certamente, sinto.
Iniciam os celestes nova jogada e risca-me a linha do gol, enquanto deixo que a emoção do confronto leve-me longe daqui.
Suspiro o fim do 1º tempo, mas não me dá nem 15 minutos o aperto em minhas pernas, que descansam.
Aquieto-me e pulo dentro de minhas emoções. O cigarro alivia, mas faz-me sentir mais ainda o forte sabor, além do tabaco.
É assim que volto a este velho e conhecido lugar, que tantas vezes me fez compainha, quando, só, o vivencio.
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